segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Produção de veículos no Brasil cai 18,4% em agosto, diz Anfavea



Resultado é frente a 2015; volume foi o pior para o mês desde 2003.
No acumulado do ano, número de produção é o menor desde 2004.


A produção de veículos no Brasil encolheu 18,4% em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo dados divulgados pela associação de fabricantes (Anfavea). Foram montados no total 177.726 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus.

É o menor volume mensal para o mês de agosto desde 2003, quando 130 mil veículos saíram das fábricas.
Em relação a julho, que somou 189.907 unidades, houve queda de 6,4%.
De janeiro a agosto foram produzidos 1,38 milhão de veículos, 20,1% a menos do que nos primeiros 8 meses de 2015. Assim, a produção neste ano segue como a menor desde 2004, que teve 1,37 milhão de unidades produzidas no período.


Parada na Volkswagen
A parada completa da Volkswagen por causa de uma disputa com um fornecedor de peças foi o principal fator de queda da produção em agosto, segundo Antonio Megale, presidente da Anfavea. "Se essa empresa estivesse em situação normal de produção, o número estaria mais próximo de 200 mil, ou até superando isso", explicou.
Ele disse ainda que a retomada das linhas de montagem da Volkswagen é uma condição pontual, mas que pode afetar a estimativa de produção para o ano, que é de 2,29 milhões de unidades, o que representaria queda de 5,5% em relação a 2015.
Fábrica da Fiat em Goiana (PE); produção de veículos no Brasil segue em queda (Foto: Divulgação)


Olimpíada reduziu vendas
A retração nas linhas de montagem em agosto é maior do que nas vendas, que caíram 11,3% ante o mesmo mês de 2015, conforme informado no último dia 1º pela federação dos concessionários, a Fenabrave.
Os emplacamentos subiram 1,4% na comparação com julho, no 4º mês seguido de alta sobre o mês imediatamente anterior, mas houve queda na média diária de vendas, considerada um indicador chave da demanda do setor.
"Poderia ter sido até melhor. A Olimpíada foi de grande sucesso para o país, mas trouxe dificuldades ao setor. O Rio de Janeiro teve uma queda de emplacamentos de 14%, enquanto o Brasil cresceu 1,4%", afirmou Megale.
"Com a definição do processo doimpeachment, entendemos que é um começo. Temos que seguir em frente, não podemos mais perder tempo. As reformas que estão por vir são absolutamente indispensáveis e nosso apoio é irrestrito ao ajuste fiscal", completou.


Com a definição do processo do impeachment, entendemos que é um começo (...) Não podemos mais perder tempo. As reformas que estão por vir são absolutamente indispensáveis e nosso apoio é irrestrito ao ajuste fiscal"
Antonio Megale,
presidente da Anfave



Exportações
Das 177 mil unidades produzidas em agosto, 40 mil foram destinadas a outros países, o que representa uma alta de 16,7%, ante o mesmo mês de 2015.
O volume é 11,8% menor que o registrado em julho, mas ainda mantém as exportações como um fator de contenção da queda na produção, com alta acumulado de 19,6% no ano.
Entre janeiro e agosto, 312 mil unidades foram produzidas para exportação. A meta da Anfavea é chegar a 507 mil até o final do ano, com elevação de 21,5% sobre os valores de 2015. No entanto, o valor da exportações no acumulado de 2016 segue 5,7% abaixo do registrado no ano passado.

Emprego
As montadoras seguem reduzindo a força de trabalho nas fábricas, mas não no mesmo ritmo de queda nas vendas. O número de empregados diretos no final de agosto foi de 126 mil, o que é 6,2% menor do que o verificado 1 ano atrás, quando 134,4 mil trabalhavam nas montadoras associadas.
De acordo com Megale, as demissões de agosto refletem alguns planos de demissão voluntária (PDV) feitos pelas montadoras.
A Anfavea diz que defende a mudança nas leis trabalhistas propostas pelo governo Michel Temer, como a supremacia dos acordos entre empresa e funcionário sobre a legislação trabalhista e a regulamentação da terceirização das atividades fim, que libera a montadora para terceirizar os funcionários de chão de fábrica, por exemplo.
As montadoras também propuseram transformar o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que vale até 2017, em um instrumento permanente para ajustar o volume de funcionários conforme as crises.
Em agosto, 22,3 mil trabalhadores estavam com algum restrição na jornada de trabalho no final do mês, sendo 2,5 mil em lay-off e 19,8 mil no PPE.

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